Um pouco da minha história

Eu não sou diferente da maioria dos obesos. Tive uma infância normal, cresci no quintal da casa da minha avó, com mais duas primas que tem quase a mesma idade que eu.
Nós éramos crianças ativas, brincávamos muito na rua. Olhando as fotos daquela época acho até que éramos muito magrinhas..rs
Por volta dos dez anos de idade eu comecei a engordar. Até hoje eu não entendi porque.
As minhas primas continuavam magras, lindas. Mas eu virei motivo de piadinhas entre os coleguinhas de classe e até mesmo das minhas primas, que sempre foram como irmãs para mim.
Minha mãe descobriu, mais ou menos nessa época, que era diabética. Começou a fazer um regime cortando carboidratos e açúcares. Ao perceber o meu desconforto com aquela situação, as amigas todas magrinhas, e acho que por preocupação com a minha saúde, ela me colocou num "regime forçado", adequando a minha alimentação mais ou menos como a dela.
Deu certo! Aos treze anos eu estava magrinha novamente e foi assim até os dezessete.
Quando eu conheci minha primeira desilusão amorosa, veio a compulsão por comida.
Cinco mil calorias por dia e a balança apontou os 70 quilos.
Por insistência da família procurei um endocrinologista pela primeira vez, e foi aí que eu me encontrei pela primeira vez com as "bolinhas mágicas".
Taquicardia, falta de sono, tonturas... e 55 quilos na balança!! Uma maravilha.
Daí pra frente a história é a mesma... engorda, toma remédio, emagrece e volta a engordar em dobro.
Até que durante um desses regimes eu conheci meu marido. Estava magrinha e bonita.
Começamos a namorar e eu relaxei com o regime, engordei, tomei mais remédios e emagreci de novo. Nos casamos e veio a primeira decepção profissional.
Oito meses sem emprego, o marido fazendo faculdade, sózinha quase o dia inteiro, eu encontrei companhia e consolo na comida.
A balança disparou e eu cheguei ao auge do meu peso: 116 quilos em 1,63 e altura. IMC de 43.
A pressão disparou e eu me tornei pré-diabética.
Dessa vez eu encontrei um endocrinologista que não me receitou as "bolinhas mágicas" mas aconselhou a redução de estômago.
Fiquei sem chão, achei exagero da parte dele. Afinal eu sempre me considerei uma pessoa determinada, era óbvio que eu conseguiria perder peso sózinha.
Mas eu não perdi. E no natal de 2008 quando uma calça jeans tamanho 52 não serviu eu caí na real.
Procurei ajuda, pesquisei muito sobre o assunto.
E no dia 17/02/09 pelas mãos do Dr. Luiz Vicente Berti, do Instituto Garrido, eu renasci.
E é sobre isso que eu pretendo falar aqui nesse espaço. Sobre o meu renascimento e com ele o novo aprendizado que ocorre a cada dia.
Hoje, com quatro meses de operada eu ouso dizer que começo a ver as coisas com mais nitidez, a experimentar coisas novas. E assim como os blogs de outros operados foram fundamentais para a minha decisão, eu espero, de alguma forma, poder ajudar e ser ajudada com a criação desse espaço.
Um beijo